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Em 26 de junho por Rafael Peres

Object Calisthenics: princípios para escrever um código realmente orientado a objetos

Object Calisthenics: princípios para escrever um código realmente orientado a objetos


Em um mundo onde a legibilidade e a manutenibilidade do código são cruciais, não basta que o código “funcione” — ele precisa ser elegante, limpo e alinhado com os princípios da orientação a objetos. Nesse contexto, surge o conceito de Object Calisthenics, um conjunto de práticas que visa tornar o código mais expressivo e orientado a objetos de verdade.

O que é Object Calisthenics?

O termo “calisthenics” vem do grego e remete a exercícios físicos que usam apenas o peso do próprio corpo. Aplicado ao mundo do software, Object Calisthenics propõe um conjunto de “exercícios mentais” para programadores que desejam melhorar sua prática diária de escrita de código orientado a objetos.

Essas regras foram apresentadas originalmente por Jeff Bay no livro The ThoughtWorks Anthology, e têm como objetivo forçar os desenvolvedores a adotar práticas que favoreçam encapsulamento, coesão, desacoplamento e legibilidade — os pilares de um bom design OO.

Para que serve?

Object Calisthenics não é uma metodologia formal, nem um padrão obrigatório. Trata-se de um treinamento prático, um desafio que ajuda os desenvolvedores a se afastarem de vícios estruturais herdados da programação procedural e realmente mergulharem na lógica da orientação a objetos.

O objetivo não é seguir as regras à risca para sempre, mas sim refinar o pensamento orientado a objetos, encorajando melhores decisões de design.

As 9 regras do Object Calisthenics

Embora nosso foco aqui seja discutir a filosofia por trás do conceito, vale apresentar brevemente as 9 regras originais:

  1. Only one level of indentation per method
  2. Don’t use the ELSE keyword
  3. Wrap all primitives and strings
  4. First class collections
  5. One dot per line
  6. Don’t abbreviate
  7. Keep all entities small
  8. No classes with more than two instance variables
  9. No getters/setters/properties

Sim, você leu certo: “No getters/setters”. E esse ponto merece uma atenção especial.

Por que evitar Getters e Setters?

Embora sejam largamente utilizados, os métodos get/set quebram o encapsulamento, um dos princípios fundamentais da orientação a objetos.

Quando você expõe atributos através de getters e setters, está abrindo mão do controle sobre o comportamento do seu objeto. Você transforma sua classe em um simples contêiner de dados, e o código que consome esses dados passa a tomar decisões que deveriam pertencer ao próprio objeto.

Imagine uma classe Pedido com um getter getValorTotal(). Outro componente do sistema acessa esse valor e decide, por conta própria, se o pedido pode ser finalizado. Isso viola o princípio de Tell, don’t ask — diga ao objeto o que fazer, não pergunte o que ele sabe.

Em vez de if (pedido.getValorTotal() > 1000), prefira algo como if (pedido.estaAcimaDoLimite()). Assim, o comportamento permanece encapsulado dentro da classe, respeitando a abstração.

Conclusão

Object Calisthenics não é sobre regras rígidas, mas sim sobre desenvolver disciplina, consciência e boas práticas. Trata-se de um exercício que força o desenvolvedor a pensar em objetos de maneira mais pura, a escrever código mais expressivo e a evitar atalhos que comprometem o design no longo prazo.

Mesmo que você não adote todas as regras permanentemente, experimentá-las durante um projeto pode transformar profundamente a forma como você escreve software.

Na Hausti, aplicamos rigor técnico e práticas de engenharia de software para garantir que cada solução entregue vá além da funcionalidade — buscamos excelência em design, performance e manutenibilidade. Conheça nossos projetos e veja como podemos transformar sua ideia em uma solução robusta e elegante.

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