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Se você já ouviu falar em APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) e ficou com dúvidas sobre o que realmente são, como funcionam e o que significam termos como REST, RESTful e HATEOAS, este artigo é para você. Vamos explorar esses conceitos de forma simples e prática.

O que é uma API?

API significa Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicações). Na prática, é um conjunto de regras e protocolos que permite que diferentes sistemas de software “conversem” entre si, trocando informações e comandos.

Imagine um restaurante: a API seria o garçom, que recebe seu pedido (requisição), leva até a cozinha (sistema), e depois traz a comida (resposta). Você, como cliente, não precisa saber como a cozinha funciona, só precisa entender como pedir.

API REST e RESTful: o que são?

REST (Representational State Transfer) é um estilo arquitetural para desenvolvimento de APIs, criado por Roy Fielding em sua tese de doutorado em 2000. Ele define um conjunto de princípios que tornam as APIs mais simples, escaláveis e fáceis de usar.

Uma API REST (ou RESTful) segue esses princípios, entre os quais destacamos:

• Cliente-Servidor: O cliente (frontend, app) e o servidor (backend) são independentes e se comunicam via requisições HTTP.
• Stateless (Sem estado): Cada requisição do cliente deve conter toda a informação necessária para o servidor processá-la. O servidor não armazena informações da sessão entre requisições.
• Cache: Respostas podem ser armazenadas em cache para melhorar desempenho.
• Interface Uniforme: Usa métodos HTTP padrão (GET, POST, PUT, DELETE) para manipular recursos.
• Recursos e URLs: Tudo é tratado como recurso, identificado por URLs.
• Representações: Os recursos são representados em formatos como JSON, XML, etc.

REST vs RESTful

Muita gente usa REST e RESTful como sinônimos, mas na prática:

• REST é o conceito/arquitetura.
• RESTful é uma API que implementa os princípios REST.

Ou seja, uma API RESTful segue fielmente as regras do REST.

O que é HATEOAS?

HATEOAS (Hypermedia As The Engine Of Application State) é um conceito dentro do REST que propõe que a interação com a API seja guiada por hipermídia — links dentro das respostas que indicam quais ações podem ser tomadas em seguida.

Por exemplo, ao pedir dados de um usuário, a resposta pode incluir links para editar, deletar ou listar outros usuários. Isso torna a API mais autodescritiva e navegável, parecida com a web tradicional.

Os níveis de maturidade REST

O inventor do REST, Roy Fielding, sugeriu um modelo para medir o quão “RESTful” uma API é, chamado de Modelo de Maturidade de Richardson:

• Nível 0 – RPC simples: Usa apenas um único endpoint com métodos específicos, pouca semântica HTTP.
• Nível 1 – Recursos: Usa múltiplos endpoints para representar recursos diferentes.
• Nível 2 – Métodos HTTP: Usa corretamente os métodos HTTP (GET, POST, PUT, DELETE).
• Nível 3 – HATEOAS: As respostas incluem links para guiar a navegação da API.

Quanto maior o nível, mais aderente a REST a API é, e melhor para a escalabilidade, flexibilidade e manutenção.

Por que usar APIs RESTful?

APIs RESTful são hoje o padrão para integrar sistemas e criar aplicações web e móveis escaláveis. Elas permitem:

• Comunicação padronizada entre sistemas heterogêneos
• Independência entre frontend e backend
• Facilidade para desenvolvedores consumirem a API
• Uso de protocolos e métodos HTTP existentes
• Melhor performance com cache e statelessness

Conclusão

APIs são essenciais para o desenvolvimento moderno. Entender os conceitos de REST, RESTful e HATEOAS ajuda a construir sistemas mais eficientes e integrados. Se você está começando, focar nos níveis 1 e 2 do modelo de maturidade já é um excelente passo!